terça-feira, 10 de junho de 2014

Isabelita, a menina dos patins





Marília Pera presenteou Isabelita com um anel
que pertencia à Carmem Miranda.
/ Foto de imprensa /

Isabelita é uma criatura doce, querida, 
engraçada, solidária e brasileira.
Faço parte da sua legião de fãs.
 - Marília Pera -


Capa do livro.

O LIVRO

Sobre 'Isabelita, a menina dos patins', minha mais recente publicação infantil, lançada no ano passado, pela Editora Litteris, digo com orgulho que é o primeiro livro inspirado na vida de uma drag queen, como parte do meu trabalho biográfico para crianças e jovens. E quem disse que adultos não gostam de livros infantis?

Em meio à guerra de egos editoriais que enfrentamos, fiquei surpreso com a grande repercussão do meu livro, destacando-se junto do primeiro infantil escrito por Adriana Calcanhoto e daquele que Paul Rogers desenhou sobre Bob Dylan.

A ideia surgiu a partir de uma visita que Isabelita realizou ao lançamento do meu primeiro livro infantil, em 2006. E chegou ganhando a atenção do público, principalmente dos pequenos leitores, que se mostraram fascinados. Nunca havia imaginado o quanto uma drag poderia fazer parte do mágico mundo das crianças.

Depois Isabelita me contou que se sentia honrada por estar lá e por ter sido bem acolhida pelos pequenos, pois recentemente havia sido impedida pelos traficantes de subir em uma das comunidades cariocas,  perto de sua casa, quando pretendia exercer suas visitas solidárias a uma creche.

Em homenagem à personagem e ao caso especificado acima, criei então o projeto, apresentando-o ao meu amigo Luiz Pita, que imediatamente se prontificou a ilustrá-lo, junto de Dalva de Assis. 

Mas o livro ficou por uns dois anos engavetado, depois de pronto, até que Isabelita sofreu um problema cardíaco e, ao receber alta da internação, onde contou com a ajuda de amigos e fãs como Marília Pera, Cláudia Jimenez e Liliana Rodriguez, finalmente me procurou, decidindo levar a obra adiante para prestigiar a vida e a carreira.

Tentando trazer uma linguagem simples e poética, a história apresenta uma Isabelita dos Patins sob uma ótica fora das convenções, revelando uma faceta solidária do seu filantropismo, quando abraçou a causa, há dez anos, de ajudar crianças e jovens menos favorecidos, para levar-lhes alegria, brinquedos e outras doações aos hospitais, abrigos e demais instituições, principalmente na Creche Noel, em Vila Isabel, com a colaboração de artistas, socialites e amigos.

Sem qualquer apologia ou restrição, o livro também pretende celebrar o povo e o país, que têm a honra de acolher um dos grandes ícones da cultura nacional.

Isabelita em sua noite de autógrafos.
/ Foto de Vera Donato /

A PERSONAGEM

A personagem foi criada por um argentino, Jorge, que se naturalizou brasileiro e criou um arquétipo que representa o Brasil no mundo, atraindo adultos, jovens e crianças, principalmente no meio artístico, devido a sua fiel presença em eventos culturais e carnavalescos.

Fixada como uma dos artistas performático mais clássico da atualidade, desde os anos 80, Isabelita tem suas marcantes características: fantasia e cabelo de bailarina, maquiagem de boneca e desenvolturas sobre os patins, num estilo único que a tornou reconhecida na sociedade em geral.

Sua popularidade cresceu no início dos anos 90, quando patinava na Avenida Atlântida, em Copacabana, e se deparou com o ministro e futuro Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que recebeu um beijo dela, registrado nas páginas e capas de jornais e revistas, servindo até de charges para cartunistas como Chico Caruso.

Isabelita passou a participar de programas televisivos como o de Leda Nagle, na TV Brasil, e o de Roberto Canázio, na Rádio Manchete. Frequentou por anos e com muito sucesso o programa de Liliana Rodriguez, na CNT. Colaborou por um bom tempo na Revista Amiga, por convite de Rose Esquenazi. Também fez comerciais de grifes como da Fórum e da Duloren, além de participações na Rede Globo, em novelas da Glória Perez e programas humorísticos do Zorra Total, entre outros.

Seu nome e imagem se associam aos meios sociais, dentro e fora do território nacional, desde bailes de carnaval aos concursos de fantasia.

Conquistou um espaço exclusivo na fachada do Copacabana Palace, durante as tradicionais manifestações a favor da luta pela diversidade. E viajava para países como Itália, Estados Unidos e França, com destaque no desfile do Festival de Dança de Lyon.

Hoje, somando mais de trinta anos de existência, a revolucionária personagem continuando sua trajetória, agora como a primeira drag queen a inspirar um livro infantil. Recentemente  Isabelita recebeu convite para doar um par de patins ao Museu da Diversidade de São Paulo, imortalizando sua importância histórica. 

Foto do beijo no futuro presidente que tornou Isabelita famosa.
/ Foto de imprensa /

O ENREDO

O livro conta a história de uma menina chamada Isabelita, que nasceu e vivia na Argentina. Seu pai trabalhava no Correio e um dia deu-lhe um cartão-postal do Brasil, retratando carnaval. Encantada pelo país e sua festividade, ela se mudou para cá. Exatamente como aconteceu com Jorge, que vem de uma origem simples na Argentina.

Um certo Natal ela ganhou um par de patins do Papai Noel e aprendeu a patinar no calçadão, tornando-se conhecida pelos moradores.

Certa vez, passeando pela orla, ela presenciou um político e futuro candidato à presidência, cercado pelo povo e pela imprensa, ela lhe deu um beijo na bochecha. E ganhou notoriedade quando ele venceu a eleição.
    
Depois que uma criança que vivia nas ruas a interpelou se ela era uma espécie de fada, Isabelita se comove e decide visitar hospital e abrigos, criando um trabalho solidário com os menores desfavorecidos, e revelando um mundo mais colorido e acolhedor do que aquele conhecido por eles.

O autor e criador do projeto com Isabelita dos Patins
no Hotel Copacabana Palace.
/ Foto de Vera Donato /

AS ILUSTRAÇÕES

Com arte criada e coordenada por Luiz Pita (participante do programa Project Runway Brasil, em 2011, por Adriane Galisteu, na Band) e assistência de Dalva de Assis, as ilustrações apresentam uma forma estilizada da personagem, visando uma mistura de colagem moderna com traços vintages. O processo construtivo foi inspirado na imagem icônica de Isabelita com Carmem Miranda e Evita Peron. Os cenários contextualizados nas paisagens natural e histórica da cidade do Rio de Janeiro, como o calçadão de Copacabana, o Cristo Redentor, a Lapa, a Praça XV, o Teatro Municipal e outros pontos turísticos.

Página do livro 'Isabelita, a menina dos patins',
escrita por Fábio Fabrício Fabretti
e ilustrada por Luiz Pita e Dalva de Assis.


AS ATIVIDADES

Atividades interativas e pedagógicas são oferecidas ao final do livro, com questões pedagógicas que se dividem entre perguntas para estimular a leitura, a interpretação e a capacidade criativa dos leitores.

Isabelita  no lançamento do seu livro,
com o autor Fábio Fabrício Fabretti,
os ilustradores Luiz Pita e Dalva de Assis,
junto da cantora e amiga Adelaide Chiozzo.

 OS ILUSTRADORES

Luiz Pita é de Cuiabá e viveu um bom tempo em São Paulo. Sempre gostou de criar e desconstruir. Aprendeu a cortar, modelar e costurar com sua mãe, no início da juventude. Aficionado por estética e comportamento, formou-se em Designer de Moda. Participou do programa Project Runway Brasil, em 2011, apresentado por Adriane Galisteu, na Band. Desenvolve projetos sociais e atua como criador e gestor de marketing no mercado. Pós-graduado em Design Estratégico e produtor cultural, hoje tem seu próprio ateliê para criar.

Dalva de Assis é do estado de São Paulo. Começou a desenhar ainda criança. Estudou moda e design de calçados. Este é seu segundo trabalho de ilustração literária, depois de Recordações de uma mulher no seu tempo de infância, de Rose Mary Rodrigues Feitosa.

Liliana Rodriguez prestigiando o evento do livro.
/ Foto de Vera Donato /


Isabelita nos envolve em lindos 
rodopios sobre seus patins. 
E nos abana com seus leques de magia.
É muito querida por minha família.
Na TV faz o público sorrir sempre. 
- Liliana Rodriguez -




Matéria da imrpensa sobre o livro de Isabelita,
junto dos infantis escritos por Adriana Calcanhoto
e por Bob Dylan.
/ Foto imprensa /