terça-feira, 27 de maio de 2014

Lá vai Rosane Collor!



Fábio Fabrício Fabretti e Rosane Collor na entrevista sobre o livro em Maceió.

Parece que Rosane Collor finalmente lançou o 'seu' livro. Será que ela pagou o ghost writer ou deu o calote também? 

Sobre essa senhora, vou contar sempre a minha versão: 

Tudo começou em 2010, logo após eu e Eduardo Nassife termos lançado a biografia de Gloria Pires. De repente recebemos emails de um advogado catarinense, designado por Rosane (porque na época ela não conseguia nada contratando escritórios para defendê-la em sua terra natal, visto que todos são dominados pelas poderosas Organizações Arnon de Mello, pertencente ao Collor), declarando que Rosane tinha gostado muito do nosso trabalho anterior e desejava fazer uma biografia contando sua história, quem de fato era Collor e até quem matou P.C. Farias. 

Ela já estava separa do casamento de vinte e dois anos que teve um desfecho mal contado e que resultou numa inimizade por parte de Collor, morando (ou ainda mora) numa das velhas casas de veraneio que conseguiu se alojar temporariamente por uma conquista da lei, através do tal advogado que também era um tipo de assessor.

Nassife pulou logo fora da proposta, mas eu, como sou filho da audácia e adoro um desafio, enxerguei uma chance de revelar verdades obtusas e fazer 'vingança' (ou como soaria mais bonito, de fazer 'justiça') por mim, minha família e todo povo brasileiro. E aceitei.

Posando diante do antigo gabinete do Collor.

Então começamos uma negociação sem fim pelo valor do meu trabalho, mas nada nunca foi aceito por ela, que usou meu nome e imagem em matérias como na Folha de São Paulo, que repercutiu tanto ao ponto de virar reportagem no Fantástico, e que atingiu um índice de audiência espantoso, maior do que quando Xuxa havia declarado, meses antes, sobre os abusos sexuais que sofreu na infância, como poderão assistir no link abaixo.


O fato é que eu vivo do meu trabalho e também pago contas. Não é só ela que tem despesas e gosta de uma boa vida. Afinal, quem não tem um ex-marido rico para sugar, precisa se sustentar com as próprias mãos.

Tempos depois fiquei sabendo através de terceiros que ela tinha decidido 'trocar' de biógrafo. E sequer tiveram a gentileza ou a consideração de me comunicarem. Simplesmente esqueceram de cumprir com o nossos acordos, tanto verbal quanto o assinado em papel, via um documento informal que ela mesma preencheu e me enviou pelo correio, onde me autorizava a fazer sua biografia. 

Neste documento elaborado por mim, diz também que uma das partes pode desistir do livro, desde que ambos estejam de acordo. Ela tinha todo o direito de cancelar ou mudar de biógrafo, desde que me avisasse e considerasse o meu serviço prestado até então. 

Tomando sol na piscina do ex-presidente que caçava marajás.


A atitude de contar tudo, que estou aqui tomando, é contrária ao que eu tinha dito a ela e ao seu advogado, em nossa última conversa, quando os procurei para esclarecer os fatos e lhes aleguei que, mesmo me sentido desqualificado profissionalmente por tal atitude deles, não tomaria nenhuma providência, para mostrar que ao menos eu tenho ética e consideração. 

Porém, ouvindo alguns conselhos e repensando na situação, resolvi descumprir também o que prometi. Ser honesto com quem não é? Não acho justo ter perdido quase dois anos de trabalho, entrado em contato com editoras, decupado entrevistas e conseguido pesquisas, além de toda equipe que montei e acionei, sem qualquer remuneração, para no final sofrer danos morais e materiais.

Se Rosane brigou tanto por justiça, não deveria também tê-la exercido comigo, agindo de forma digna?


Entrevista para o Fantástico.
/ Arte de Dougie Face /

No final ela parece nem ter conseguido outro biógrafo, uma vez que nem Mário Prata ou Guilherme Fiuza aceitaram seus convites. E o pior de tudo - ou o melhor - foi a sua justificativa inicial na imprensa, alegando que havia 'adiado' o projeto em prol da sua candidatura para as eleições(e cadê Rosane nas propagandas políticas?). 

Mas a verdade é que finalmente iria sair a sua tão sonhada audiência dos juízes. Ou seja, eles provavelmente queriam me usar como 'laranja' durante aquela briga jurídica entre marido e mulher. Mas se ferraram, pois quem trabalha de graça nem relógio é. E ainda mais para uma corja safada daquelas. A madame tinha grana para bancar seus luxos e interesses, mas era pobrezinha para pagar o seu biógrafo. Então fique sem livro, dona ex-Collor.

Só que a coisa não acaba aqui, pois de acordo com a decisão do juiz, soube que ela ficou com duas casas, com dois carros e uma pensão de uns vinte mil durante uns dois ou três anos, ainda ouvindo da vossa excelência que era 'apta a trabalhar'.  

Ela também queria contar no livro os passos da sua conversão. Mas arrastando um passado tão escuro e cheio de interrogações, que ninguém consegue perdoar, quem estaria interessado na sua religiosidade?

Renata Ceribelli e Rosane Collor durante a polêmica entrevista.

Sinceramente até havia gostado de Rosane, como pessoa e figura história. Ela participou de uma parte vergonhosa mas destacante da nosso regime presidencial (que hoje não é nada diante dos escândalos mais graves que aparecem a todo instante). E até se mostrou gentil num determinado momento em que Renata Ceribelli foi 'estranha' comigo, durante as gravações do Fantástico em Maceió. 

Cheguei a me engajar a favor das mulheres cujos maridos exploram por anos, sem deixá-las trabalhar, depois as abandonando sem nada, quando elas estão velhas e eles enriquecem. Em especial as coitadas que não tiveram filhos para usarem como rentáveis e cômodas fontes de pensões.

Também quis repensar a questão de ser uma primeira dama brasileira, ocupando um cargo que representa a esposa do presidente de um país, mas sem qualquer subsídio ou benefício merecido aqui no Brasil.

Portanto, sobre o que ela e seu advogado mandam publicar por aí, só respondo-lhes que, sem acerto, não houve grana. E sem grana, não houve livro. Ela não perdeu nada. Até ganhou visibilidade em seu ostracismo decadente. Eu é que perdi o meu tempo investindo, divulgando, cobrando e trabalhando para ela e seu espetinho advogado, por dois anos.  

E que fique a lição: se talvez eu tivesse me proposto a escrever a biografia do Collor, quem sabe ele teria me valorizado como profissional e reconhecido o meu trabalho. 

Como ninguém tem nada que não mereça, o medo e a culpa que perseguem Rosane, devido ao seu negro passado, e que inclusive a fizeram se tornar evangélica, além da 'pobre vida' que tem hoje, perto da fama e da riqueza que conheceu um dia, já são os seus maiores e eternos castigos. Afinal, presenciei o quanto é ruim e difícil para ela tentar viver de um passado que acabou (e muito mal), fingindo ostentar uma postura que não existe mais. 

É, ao falar de dinheiro, todo mundo vira mortal e pecador, não é, Rosane? Por isso prefiro deixar que você se acerte com o seu Deus que tanto clama. E cuidado: Na bíblia diz que só os bons herdarão o reino dos céus. E desejo sorte na nova vida da ex-primeira dama que agora é novamente Malta e não mais Collor.