Arte de Rodrigo Manhães. |
Normalmente o evento da Flip acontece no meio do ano letivo, quanto estou às voltas com as provas e aulas de recuperação dos alunos. E isso inviabiliza minha ida. Mas agora o sonho se realizou, através do esforço da atriz Kátia D'Ângelo, em parceria com o professor e diretor teatral Ailton Amaral (que viveu seu momento Van Gogh), e um convite de Luiza Faria, organizadora do Circuito Off-Flip.
Todos sabem que a Flip é a Feira Literária Internacional que acontece em Paraty, e o Circuito Off ocorre antes e paralelamente, promovendo eventos alternativos e regionais. Embora a estrutura da Flip tenha sido reduzida, já o da Off cresceu, completando dez anos de atividades.
A região é cercada por montanhas e praias paradisíacas. E a cidade ladeada por uma baía que, quando a maré sobe ou a chuva se intensifica, deixa o cima ainda mais romântico, parecendo Veneza.
Já havia passeado por lá com amigos, em outros tempos, mas não durante a Flip, que dá um brilhantismo totalmente diferente para o local, com uma proliferação de pessoas e toda estrutura montada para a ocasião, onde tudo o que não respira literatura é arte.
A surpresa também é encontrar amigos queridos pelos becos culturais, como Santiago Nazarian, Nelson Motta, Leila Oli, João de Corujão, Tavinho Paes, Camila Carandino, Renata Emily, Imídia, Paulo Girão e Mano Melo, entre outros, que interagiram lindamente em nossa apresentação.
Fazendo parte do roteiro cultural e turístico de Paraty. |
Lucas Nobre, Luiza Faria, Kátia D'Ângelo, Fábio Fabricio Fabretti e Hailton Amaral. / Foto de Eliane Torino / |
A palavra que posso definir aquela viagem é 'mágica'. E o amor que eu e Lucas Nobre recebemos foi tanto que deixou saudade antes mesmo de partirmos, e a certeza de que Paraty realmente é para mim, para nós e para todos!
Escritores debatem lei das biografias em Paraty
Biógrafo de Neusinha Brizola diz que prefere histórias autorizadas
E meio à discussão sobre o projeto de lei das biografias que causou polêmicas entre os escritores, artistas e entusiastas do gênero desde 2013 - e que ainda tramita no Senado -, o segredo para escrever uma boa história sem correr maiores riscos judiciais é encontrar um biografado disposto a se expor sem vaidades. Tarefa difícil mas não impossível, garante Fábio Fabrício Fabretti, que ao lado de Lucas Nobre acabou de lançar na Flip "Neusinha Brizola sem mintchura", sobre a movimentada trajetória da filha de Leonel Brizola.
- Eu só trabalho com biografias autorizadas. Não tenho interesse em contar histórias de quem não quer ter sua história contada - Diz Fábio, que já havia escrito, ao lado de Eduardo Nassife, a biografia da atriz Gloria Pires.
- O melhor jeito de não fazer uma biografia chapa-branca é quando a pessoa está disposta a jogar tudo no ventilador. E foi o caso da Neusinha.
Verdades e verdades
- É importante quando o biografado está disposto a falar não apenas do auge, mas também dos fracassos e desilusões. Muitas biografias acabam sendo apenas versões floreadas dos fatos e não a verdade. - Defende Lucas.
Mas, mesmo com uma biografia com a ampla contribuição de seu objeto de pesquisa (Neusinha ajudou na concepção do livro até sua morte, em 2011), as dificuldades aparecem. Para Fábio, as maiores foram os buracos históricos e as diferentes versões para um mesmo evento. A saída, diz, é confiar no biografado.
- Precisamos confiar porque a linha condutora é sempre o biografado. Mas é claro que existe a verdade absoluta e a de cada um. Pesquisamos com as outras fontes. Muitas vezes, deixamos algo em aberto para o leitor interpretar.
(Thaís Britto)
E para finalizar, um texto de Carlos Dei Ribas para a Folha do Litoral Costa Verde:
Para fechar a noite do segundo dia do Circuito Off - 2014, rolou o concentrado lançamento do livro biográfico "Neusinha Brizola, sem mintchura", de Fabio Fabrício Fabretti e Lucas Nobre, com apresentação da atriz Kátia D'Ângelo, no espaço cultural Lima Bistrô.