Uma estrela jamais deixa de existir no universo.
Elas nascem e se transformam, mas nunca se apagam.
Sua
luz continua percorrendo intermináveis caminhos. E quanto mais longe estiver,
mais forte e longo será seu brilho, no qual mão alguma pode tocar, mas que os
olhos podem alcançar inebriados.
Algumas estrelas surgem em nosso planeta com a missão
de semear a beleza, a paz, o amor, a justiça e a sensibilidade, muitas vezes incorporando
uma sublime força que chamamos simplesmente de arte.
Aos que acreditam em algo mais além da matéria,
podemos dizer que somos como as estrelas. Não deixamos de existir. Só nos
transformamos. Exatamente como o amor, que, quando verdadeiro e incondicional, não
desaparece: apenas se acomoda em algum cantinho dentro de nós. E lá constrói
seu ninho. Abrigado. Vivo. Para todo o sempre.
Daniella Perez Gazolla completa vinte e dois anos de
partida, porém não deixa de irradiar sua
luz no firmamento de cada um que a conheceu, de alguma forma, pessoalmente ou
nas telas.
Nenhum céu sobrevive sem estrelas. Nem anjos. Criaturas
divinas e criadas para nos proteger, guiar, cuidar e amar, enfeitando nossas vidas
e salvando nossas dores, cujas presenças são essenciais entre nós que ainda
habitamos esse plano. Afinal, anjos não precisam aparecer para saber que existimos.
Basta senti-los.
Em seu olhar que Dani transbordava uma ingenuidade
doce, seus gestos leves que demonstravam uma força descomunal, sua presença que
preenchia nossos sonhos, sua voz que musicava a alma e sua beleza que deixava o
mundo mais perfeito, ela ainda brilha entre nós.
Dani era mais do uma pessoa ou artista. É poesia,
fada, anjo, estrela, luz. Ou qualquer coisa especial, livre e ofuscante, e que irradia
a esperança de que um dia a humanidade poderá valorizar mais o amor do que a ganância,
mais a realidade do que a ilusão, mais a felicidade do que a fama. Porque ela
foi assim e deixou sua mensagem.
E suas sapatilhas, hoje penduradas carinhosamente numa
parede, contam uma parte da sua história, através do tecido ruço e das solas gastas,
guardando os primeiros e últimos passos que ela deu nos palcos da vida. E possuem
invisíveis asas, que se abrem no escuro da memória, ruflam no silêncio da
saudade e se debatem rumo ao céu das lembranças, para dançarem no teto estrelado
dos nossos corações, onde finalmente repousará, sem deixar de pertencer ao
eterno recomeço.
Abaixo, fotos inéditas e gentilmente cedidas por Glória Perez para Domingos Sávio, que ilustram a página do Face.