Escrever livros infantis me levou para outras órbitas.
Não só o mundo das crianças, mas dos sentimentos reais, dos questionamento mais puros e das maiores lições.
Em 2009, lançando meu primeiro infantil na Europa, meu editor sugeriu de fazer algo que comemorasse o ano da França no Brasil. Seria uma edição bilíngue e ilustrada, com fundo didático.
Não só o mundo das crianças, mas dos sentimentos reais, dos questionamento mais puros e das maiores lições.
Em 2009, lançando meu primeiro infantil na Europa, meu editor sugeriu de fazer algo que comemorasse o ano da França no Brasil. Seria uma edição bilíngue e ilustrada, com fundo didático.
Pensei em escrever algo que falasse sobre diferenças das raças, das das culturas, dos idiomas, dos hábitos e dos pensamentos, através das cores. Mas com algo em comum que une tudo: a amizade.
Então me lembrei de uma historinha que eu havia inventado para Sofia, a filhinha da minha prima mato-grossense, quando queria acalmá-la. E escrevi sobre um bichinho todo amarelo que morava num mundo amarelado, até conhecer Rosalina, uma bichinha rosa que vivia num mundo cor de rosa, e assim descobrem a infinidade das cores de um jardim.
Sempre fui seletivo com meus trabalhos e faço questão de escolher e contratar meus próprios parceiros. E por indicação de um amigo conheci Marília Bruno, na época estudante de designer, e encontrei nela os traços que queria, dando vida à minha história. Afinal, num livro ilustrado, a imagem não só complementa como pode falar mais do que o texto.
O livro rodou o Brasil e a França, elogiado e usado em sala de aula e palestras sobre preconceito e diversidade em geral, por educadores, sociólogos e psicólogos, inclusive por amigos que fazem belas campanhas sociais e educativas, como Almir França e Bruno Tupan.
Mas a surpresa maior, porém, foi um dia receber o email de um garotinha:
'Oi, Fábio Fabrício Fabretti, eu ganhei o seu livro da minha mãe e ela leu todinho para mim.
Agora pedi para ela me ajudar a escrever pra você.
Não conhecia o Amarelino e fiquei com muita pena dele, tadinho.
Ainda bem que ele encontrou a Rosalina e descobriram um monte de cores novas. (...)
Eu não gostaria de viver num mundo que só tivesse uma cor. Deve ser muito chato e triste.
Você poderia me dar o endereço do Amarelino e da Rosalina para eu ser amiga deles?
Algumas pessoas acham estranho porque eu sou cega. E isso me deixa triste.
Um beijo.'
Um beijo.'