sábado, 7 de fevereiro de 2015

Tolerância zero


Postei na minha time line do Face e posto aqui também, mais uma vez indignado e sem medo de represálias, com tolerância zerada diante do descaso, despreparação, má vontade e até má intenção de alguns componentes do sistema policial carioca - pois não é de hoje que fico insatisfeito: já vi tentativa de extorsão em algumas pessoas, já os chamei sem ser atendido, já sofri abuso de poder sem merecer, já tentei dar queixas sem resultados e até debochado por tentar lutar por mim. E, como um cidadão que contribui com o seu país e de caráter idôneo que sou, estou nos meus plenos direitos civis e da liberdade de me expressar.

Pois bem: Ontem à noite uma grande amiga que mora sozinha, com uma filha pequena, e que trabalhou a semana toda, veio me procurar, desesperada e de saco cheio, porque seu vizinho da casa em frente vive realizando festas todas as semanas, para grupos diferentes - o que parece constituir um crime, se ele loca sua casa para eventos e não tiver uma licença para isso -. 

Sem contar - mediante ela - que a bagunça sempre dura a madrugada toda - o que constitui um outro crime, segundo a dita Lei do Silêncio. Ela ainda acrescentou que reclamou também nas vezes anteriores, mas ou nada acontecia, ou a polícia entrava na festa, saía e tudo continuava. 

Depois ela ainda me revelou que estava há horas ligado para o '190' - que é o nosso único acesso telefônico com a polícia, para emergências - e que, em todas as ligações, ou não conseguiu ser atendida, ou foi mal recepcionada. - Então se fosse um caso de urgência, a pessoa morreria, certo? - Até que uma atendente disse a ela que o registro havia sido feito, mas que agora restava ao batalhão mais próximo tomar uma atitude. 

Resolvi acompanhá-la ao batalhão perto da sua localidade - duas quadras -, levando todos os protocolos das ligações e reclamamos com um guarda que nem nos deixar entrar. Eles, entretanto, alegaram nada saber de algum registro sobre as ligações que ele disse ter feito.

Então voltamos para a casa dela, com a festona correndo solta, e vimos dois carros da polícia passarem diante do local e sequer pararam. 

Ligamos novamente para o 190 e dessa vez nos disseram que já haviam até 'dado baixa nas denúncias'. 

Incrédulo - e não pela primeira vez, como já citei no início - fui de novo e sozinho ao batalhão, pedindo para falar com o responsável - que não apareceu - e cheguei a avisar que faria uma denúncia da polícia na delegacia, assim que amanhecesse, além de só sair de lá mediante a solução do caso. E comecei a tirar fotos do relógio na parece, para comprovar o tempo que eu esperaria.  

O policial me mandou voltar e garantiu que tomaria uma providência por conta própria. Então retornei e logo depois minha amiga ligou, avisando que finalmente uma viatura apareceu na tal casa e deu uma resolução ao caso - ao menos até o próximo fim de semana, coitada. 

Isso mostra o que é a segurança carioca do nosso povo que está todo feliz pulando carnaval por aí! Nada contra os foliões - que sofrem frequentes abatimentos de carteiras e celulares nas ruas, como eu mesmo já sofri - e nem contra o carnaval - que parece ser a coisa mais importante na vida de muita gente, junto do futebol - mas o problema do brasileiro é que se mata para ser feliz, esquecendo-se dos seus direitos. E sinceramente espero que nenhum deles - muitos inclusive meus amigos - precisem ligar para o '190' em algum caso de emergência.

E deixo claro que não tenho nada contra festas residenciais - ao contrário, gosto muito - e menos ainda de vizinhos - que até participo dos meus, que são muito boas - e nem estou generalizando - pois há policiais competentes e profissionais por aí, se tiver a sorte de achá-los. Estou apenas contando mais uma frustrante e infeliz experiência que enfrentei na dita 'cidade maravilhosa', por quem é pago e treinado para nos proteger.